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Sunday, 25 de November de 2018

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Gestão de parques e busca por parcerias foram temas do último painel em Manaus (AM)

JEF 7395O painel derradeiro do 5º Encontro Brasileiro das Cidades Históricas, Turísticas e Patrimônio Mundial teve como foco os desafios e as oportunidades do desenvolvimento sustentável, bem como as Parcerias Público – Privadas (PPPs) para gestão de reservas e parques naturais. As palestras reforçaram a busca do aprimoramento das atividades turísticas em unidades de conservação e oportunidades de incremento de recursos.

A palestra da professora da Universidade do Estado do Amazonas, Susy Simonetti, trouxe ao público explanações da relação entre sociedade e natureza e de como o crescimento populacional e a urbanização promoveram a melhoria da condição de vida de algumas pessoas, mas também resultaram em degradação ambiental e social para outros. O impacto disso, na avaliação da professora, foi o menor contato com as áreas naturais, o que alguns estudiosos definem como “síndrome de déficit de natureza”.

Segundo Simonetti, o Brasil concentra a maior rede nacional de áreas protegidas terrestres do mundo e a Amazônia corrobora esse levantamento. Nesse aspecto, a palestrante lembrou que a responsabilidade das decisões sobre a gestão das áreas protegidas deve ser compartilhada entre governos, instituições, proprietários, população local e indígenas. A docente encerrou sua participação ao destacar as formas de execução da governança que pode ocorrer mediante contratos, concessões, co-gestão e convênios dentro de áreas protegidas. A abordagem moderna de gestão de áreas protegidas é através da colaboração, com uma governança híbrida.

Tipos de parcerias

A professora ainda explicou o funcionamento de algumas modalidades de parcerias com foco nas Parcerias Público-Privadas (PPPs). Ela reforçou a importância da participação nas PPPs, mas que elas devem ser firmadas com a valorização da cidadania, da participação e da equidade. Além disso, fez questão de frisar que o “uso público, com destaque para o Turismo, em áreas protegidas é mais do que atividade econômica”.

Parques
O acesso, a gestão e a preservação dos parques nortearam a participação do assessor da presidência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Bernardo Issa de Souza. A autarquia, dentre outras responsabilidades, executa a proteção, a preservação e a conservação da biodiversidade. Souza apontou que existem 777 Municípios situados em áreas com parques do ICMBio, o que representa 173 milhões de hectares. Na sua avaliação, o uso dessas Unidades de Conservação para o Turismo Sustentável pode significar uma ferramenta de conservação para aproximar, envolver a comunidade e induzir o desenvolvimento econômico.


Dessa forma, tem o entendimento de que as Unidades de Conservação não podem ser um entrave para o desenvolvimento, mas sim promotoras do desenvolvimento econômico. O palestrante defendeu investimentos para a utilização de trilhas nesses parques para impulsionar o Turismo. “As trilhas representam o principal equipamento para o acesso ao desenvolvimento”, disse. 

Outros pontos abordados por Souza foram as modalidades de parcerias que o ICMBio adota para a gestão compartilhada das Unidades de Conservação como, por exemplo, a concessão, permissão, autorização e as PPPs. Ele ainda contou que nesses parques não são concessionadas as áreas nem o uso público, apenas concedem o serviço de apoio à visitação e citou casos de concessões exitosas que aconteceram em Foz do Iguaçu (PR), na Floresta da Tijuca (RJ) e em Fernando de Noronha (PE).

 

Serra da Capivara

O painel ainda contou com a participação da coordenadora da Fundação Museu Homem Americano, Rosa Trakalo, que deu detalhes de ações implementadas no Parque da Serra da Capivara e das peculiaridades do local. O lançamento do Museu da Natureza foi anunciado pela coordenadora. 

O 5º Encontro das Cidades Históricas, Turísticas e Patrimônio Mundial tem o patrocínio da Caixa e apoio institucional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Outros apoiadores do evento são a Associação Amazonense de Municípios (AAM), a Associação dos Municípios do Acre (Amac), a Associação dos Municípios do Estado do Amapá (Ameap), a Associação dos Municípios de Roraima (AMR), a Associação Rondoniense de Municípios (Arom), a Associação Tocantinense de Municípios (ATM) e a Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará (Famep).

Por: Allan Oliveira
Foto: Allan Oliveira

Da Agência CNM de Notícias